segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Neurociência da Espiritualidade

No filme Além da Vida, dirigido por Clint Eastwood, a jornalista vivida por Cécile de France é tragada por um tsunami na Ásia e quase morre afogada. Na iminência da morte, a personagem enxerga vultos de pessoas vagamente familiares sob uma luz difusa. Ao ‘voltar à vida’, tem a impressão de que acaba de passar por uma experiência espiritual e conclui ter antevisto o ‘outro lado’. Todo ano acontecem incontáveis casos assim: pessoas em risco de vida enxergam parentes e amigos envoltos em luzes ou têm a sensação de sair do próprio corpo. A ciência define essas experiências de quase morte como resultado da diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro, o que provoca alterações momentâneas na mente. “Em casos de quase morte, os estados de consciência podem se misturar, provocando reações como paralisia e alucinações”, explica o neurocientista americano Kevin Nelson, autor do livro The Spiritual Doorway in the Brain – a Neurologist’s Search for the God Experience (O Portal Espiritual no Cérebro – a Busca de um Neurologista pela Experiência Divina, sem previsão de lançamento no Brasil).


Na obra, Nelson explica a ciência por trás das experiências de quase morte, mas não descarta o papel da fé e da espiritualidade. “Mesmo se nós soubéssemos o que faz cada molécula cerebral durante uma experiência de quase morte, ou qualquer outra experiência, o mistério da espiritualidade continuaria.” Em entrevista ao site de Veja, Nelson revela como nosso cérebro cria essas visões e diz que, apesar de tudo, ainda espera que exista vida após a morte.

Por que os relatos de pacientes que passaram por situações de quase morte são tão parecidos? 

Porque a causa é a mesma. A cada segundo, o cérebro regula a quantidade de sangue que circula dentro dele. Se o fluxo sanguíneo diminui, o cérebro encara isso como uma crise e aciona mecanismos que controlam a passagem entre os estados de consciência. Normalmente, nosso cérebro tem três estados de consciência: a vigília, quando estamos acordados, o sono leve e o sono profundo. O cérebro mantém esses estados bem separados. Mas o processo é diferente em pessoas que tiveram uma experiência de quase morte. Nesses casos, em vez de passar diretamente do sono para a vigília, o ‘interruptor’ pode misturar os estados de consciência. Ou seja, ela não está totalmente dormindo e nem acordada. Em um momento de crise, reações como paralisia e alucinações podem se manifestar.

Como o senhor explica a sensação de estar fora do corpo ou a luz no fim do túnel? 

Durante a experiência de quase morte, o sistema que ativa o sono pode ser estimulado, desativando a região do cérebro ligada à percepção espacial e causando essas experiências extracorpóreas. No caso da luz do fim do túnel, quando o cérebro é privado de sangue – o que pode ocorrer no caso de um desmaio ou parada cardíaca –, o fluxo sanguíneo também diminui nos olhos, o que pode dar a impressão de que há um túnel com luzes borradas.

Há alguma diferença entre voltar da morte e a experiência de quase morte? 

Para um neurologista, não existe essa opção de voltar da morte. Se o seu cérebro está morto, você está morto. Quando o cérebro morre é porque os neurônios morrem, as células nervosas morrem. O que acontece é que o cérebro pode continuar a funcionar com sua capacidade limitada. É como que só houvesse uma goteira de fluxo sanguíneo no cérebro. Em alguns casos, podem pensar que o paciente morreu, mas não é o caso. O cérebro continua bem vivo. 

A experiência de quase morte só ocorre em pessoas que passam por situações limite, de vida ou morte? 

Isso é interessante porque, na maioria das vezes, a experiência de quase morte é causada por um desmaio. Sabemos que um desmaio pode provocar uma experiência parecida com a de quase morte. Nos Estados Unidos, um terço da população vai desmaiar alguma vez na vida, o que faz a experiência de quase morte ou a experiência espiritual uma situação comum. Ao observar os registros médicos das pessoas que tiveram uma experiência de quase morte, apenas metade delas estava em perigo médico real. Outra metade pensou estar em perigo, mas não estava em uma situação médica grave. 

O senhor acha que ciência e religião estão se aproximando? 

Eu não acho que, nesse caso, a ciência e a religião estão em conflito. Na verdade, estou interessado em saber como o cérebro funciona. A ciência pode dizer como o cérebro funciona, mas não pode dizer por que ele funciona desse jeito [nem mesmo como ele “surgiu”]. Mesmo se nós soubéssemos o que faz cada molécula cerebral durante uma experiência de quase morte, ou qualquer outra experiência, o mistério da espiritualidade continuará existindo. E sempre haverá um espaço para a fé de cada um. 

Qual o futuro da neurociência da espiritualidade? 

Será muito empolgante. Hoje nós temos equipamentos para analisar o cérebro com os quais nem poderíamos sonhar há vinte anos. Podemos ver de perto como são as atividades cerebrais. Acho que a neurociência da espiritualidade ainda está no início e que descobertas muito empolgantes estão no nosso horizonte. 

Qual a importância de entender as funções neurológicas da espiritualidade? 

É muito importante. Ao entender como o cérebro funciona durante experiências significativas é que poderemos saber verdadeiramente o que significa ser humano, no sentido moderno.

O uso de drogas também pode provocar situações parecidas com a experiência de quase morte? 

Sim. Por exemplo, a quetamina, que é um medicamento utilizado rotineiramente como anestésico, pode causar experiência extracorpórea. Mas não existe uma única droga capaz de produzir todo o fenômeno do que pensamos ser a experiência de quase morte. Muitas pessoas têm experiência de quase morte sem ter nenhum tipo de medicamento em seu sistema.

Podemos dizer que o processo de experiência de quase morte é parecido com um sonho? 

A experiência de quase morte usa frequentemente alguns dos mecanismos utilizados nos sonhos. Mas não é correto comparar a experiência de quase morte com o sonho que temos toda noite. As alucinações do processo de quase morte podem parecer com sonhos lúcidos, que ocorrem enquanto as pessoas estão conscientes. [...]

O senhor acredita que existe vida após a morte? 

Eu realmente espero que exista.

Inteligente Demais Para Pensar

“A fé é a grande escapatória, a grande desculpa para se fugir à necessidade de pensar e avaliar as evidências. A fé é acreditar ‘apesar de’, e até talvez precisamente ‘por causa’ da falta de provas.” Richard Dawkins
Os ateus ativistas, apesar de serem minoria no mundo atual, têm conquistado espaço na mídia e nas prateleiras de muitas livrarias. Um dos grandes motivos de advogarem tão fortemente, não tanto contra Deus, mas contra a religião é a grande irracionalidade que dizem existir por trás dessas organizações. Na mente de muitos ateus, e de muitos cristãos também, religião é uma coisa, razão é outra. Como diria o gracejo popular: “Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.” 

Religião, então, seria uma “escapatória” do pensamento, do conhecimento, da racionalidade. É como se fosse uma redoma em que você é desobrigado de olhar as evidências de perto para acreditar; em que você pode contar apenas com a fé, e isso já é “bom o bastante”.

Antes de entender se isso é verdade ou não, vamos analisar como se iniciou o processo de racionalização fora e dentro do âmbito da religião. Comecemos então com a Idade Média, mais conhecida como a “idade das trevas”. Por que “idade das trevas”? Bom, é comum ilustrar essa época da seguinte forma: imagine que você é uma criança e desde bebê seus pais lhe advertem a nunca abrir certo armário da casa. Logicamente, você passará toda a infância com um medo aterrador daquele armário. O que será que existe lá? É um monstro? Algo feio e assombroso? Enfim, você nunca questiona, somente obedece. Assim era a religião na Idade Media: dominava os pensamentos das pessoas, a arte, a filosofia e, acredite, até mesmo a ciência. 

Os pensadores “formadores de opinião” eram Agostinho, teólogo muito famoso do quinto século, e Aristóteles, que apesar de não ser “cristão”, era um pensador grego extremamente respeitado pelos religiosos devido à “cristianização” de suas ideias por Thomas de Aquino. Esta também foi uma figura importantíssima da época. Ele e outros buscaram criar uma filosofia que unia as ideias de Agostinho e Aristóteles, ou seja, na qual a fé e a razão corroboravam uma a outra, sem qualquer problema. Ai de quem ousasse questionar a autoridade e a suprema sabedoria e conhecimento da Igreja!

Do século 14 até o século 16, novas formas de pensar começaram a imergir, ameaçando a tradicional ordem da Idade Media. Foi então que surgiu a Renascença. 

Como a palavra que descreve esse período deixa claro, acreditava-se que o mundo estava nascendo novamente, em todos os aspectos possíveis: filosofia, ciência, literatura, geografia, sociedade, arte e religião. Artistas voltaram a descrever a beleza e a superioridade da forma humana em seus retratos e esculturas; a ciência passou a acreditar apenas no empírico, ou seja, naquilo que se pode provar por meio de experiências científicas; a astronomia colocou por terra as teorias a respeito dos planetas e das estrelas; a medicina passou a descobrir que as doenças não eram causadas pelo pecado ou pelo demônio, mas sim por agentes externos e internos no corpo humano; entre muitas outras realizações. E na religião houve a maior revolta de todos os tempos: a reforma de Lutero. Mas não pense que essa mudança foi tranquila. Muitos desses renascentistas sofreram duramente por pensar de modo diferente das autoridades da época. Um exemplo disso foi o caso de Galileu, que, por advogar que a Terra se move em torno do Sol (e não o contrário), foi condenado em 1633. 

Finalmente, foi na França que continuou o que o Renascimento havia começado, com o Iluminismo. Foi uma era de formalismo, geometria, beleza e intelecto. E, é claro, o que a França fez, a Europa copiou. Voltando à história do armário, é como se uma criança tivesse finalmente reunido a coragem de abrir uma fresta do móvel e visto que lá dentro não havia nada terrível e assombroso, mas sim infinitas novidades e oportunidades.

Os filósofos e cientistas ateus ou deístas se tornaram cada vez mais comuns e populares. A partir de então, o cristianismo tomou um “grande choque térmico” – o que antes era fácil explicar (“está escrito”) agora deveria ser revisto e confrontado com evidências. A palavra “fé” começou a ser sinônimo de preguiça e falta de intelectualismo. Numa época em que o intelectualismo era a fonte da verdade, Thomas Paine escreveu: “A arma mais formidável contra erros de todo o tipo é a razão. Nunca usei outra e confio que nunca usarei.” 

Enquanto no século 17 era mais raro ver um ateu do que ver gelo no deserto, no século 18 começa a desabrochar o deísmo (Deus existe, mas não se envolve com o ser humano), assim como o ateísmo, principalmente com a influência de Voltaire, Hume e Immanuel Kant.

Depois dessa reviravolta do intelecto e de praticamente tudo que existia na sociedade, e de a igreja e a Bíblia receberem algumas “pancadas” científicas, alguns se levantaram para mudar esse ponto de vista de que a fé e a Bíblia não podiam ser confiáveis de acordo com a razão. Depois de Thomás de Aquino, um dos primeiros foi William Paley, que procurou apresentar evidências para a existência de Deus. Depois dele muitos advogaram a favor do cristianismo e da Bíblia formando uma área de estudo chamada “apologética”, ou seja, a defesa racional do cristianismo. 

Depois dessa introdução histórica, conseguimos entender um pouco melhor como surgiu essa controvérsia entre fé e razão. A questão é: O que faremos com isso? O que você vai fazer com isso? Uma das opções que você e eu temos é: absolutamente nada. Gostamos da nossa vida sem saber a verdade, ou pelo menos sem buscar algo que faça sentido, algo que satisfaça nossa razão e nosso coração. Por isso, fique à vontade para se manter no seustatus quo. Outra opção é ir atrás, investigar profundamente aquilo que pode definir o que você acreditará para o resto de sua vida. 

A busca pela verdade é como atravessar a rua. Como seres humanos racionais, somos obrigados a conformar nossas crenças à realidade, não o contrário. Antes de atravessar a rua, precisamos conformar nossas crenças sobre as condições do trânsito de acordo com o que vemos ao nosso redor. Se começarmos a atravessar a rua porque preferimos acreditar que ela está livre de carros e porque nos é mais conveniente, arriscaremos ser atropelados. O ônibus não se importa com o que preferimos ou com o que nos é conveniente. É nossa responsabilidade responder aos fatos, nos conformar a eles. Para isso, precisamos investigar nosso mundo e descobrir as verdades por trás dele. 

Como diria o filósofo René Descartes: “É insuficiente ter boa mente, o mais importante é aplicá-la bem.” Deixo-lhe agora este desafio: durante estes dez estudos, faça uma viagem racional para o encontro da verdade. E o mais importante de se lembrar em toda essa “viagem” para encontrar a verdade é: a verdade é verdade, quer você e eu acreditemos ou não. A verdade não requer que acreditemos nela para que ela seja verdade, mas certamente ela merece ser acreditada.

Monteiro Lobato Não Pode, Já a Pornografia…

O mesmo país e o mesmo governo que aprovaram uma Lei do Estupro que distorce a realidade, como provam os indicadores da Secretaria de Segurança Púbica, permite isto: “Olha, ele fica duro! O pênis do papai fica duro também? Algumas vezes, e o papai acha muito gostoso. Os homens gostam quando o seu pênis fica duro.” “Se você abrir um pouquinho as pernas e olhar por um espelhinho, vai ver bem melhor. Aqui em cima está o seu clitóris, que faz as mulheres sentirem muito prazer ao ser tocado, porque é gostoso.” “Alguns meninos gostam de brincar com o seu pênis, e algumas meninas com a sua vulva, porque é gostoso. As pessoas grandes dizem que isso vicia ou ‘tira a mão daí que é feio’. Só sabem abrir a boca para proibir. Mas a verdade é que essa brincadeira não causa nenhum problema”.

São trechos do livro Mamãe, Como Eu Nasci?, aprovado pelo MEC para alunos na faixa dos dez anos. Comentei ontem este assunto aqui. Ah, sim: o MEC havia vetado Monteiro Lobato! Monteiro Lobato não pode! Pornografia para crianças, tudo bem!, incluindo o incitamento para que desobedeçam às orientações do pai e da mãe porque “a brincadeira não causa nenhum problema”.

Incrível, não? Eu realmente não sei como foi que a civilização chegou até aqui sem a ajuda desses libertadores sexuais. Se, sem eles, já tivemos Leonardo, Michelangelo, Schopenhauer e Beethoven, imaginem quando a masturbação for estatizada e tratada por professores convertidos em animadores sexuais…

Ninguém mais vai querer pintar, fazer música ou esculpir. Passaremos a eternidade mexendo no pingolim e na borboletinha.

Não sei se peço cadeia ou médico pra essa gente.

Alimentando Bons Pensamentos

O assunto da Lição da Escola Sabatinadesta semana me levou a refletir sobre algo que vejo todos os dias no meu trabalho: o poder que nossa mente exerce não só em nosso comportamento, mas também no ambiente. Podemos enxergar as coisas da forma que quisermos, e isso acontece porque vemos o mundo de uma perspectiva pessoal que é influenciada pela experiência de vida que cada um de nós possui. É por isso que Jesus comunicava Suas verdades por meio de parábolas. Segundo Mark Baker, autor do livro Jesus, o Maior Psicólogo Que Já Existiu, as histórias e exemplos de experiências vividas atingem uma parte do nosso entendimento que a lógica não consegue. Muitas vezes, podemos estar sinceramente errados, simplesmente por confiar demais em nossa opinião sobre algo. E para que isso não seja nosso maior erro precisamos ser sempre humildes para admitir que falhamos em nossas interpretações, opiniões e julgamentos.

Treinar a mente para os bons pensamentos é uma tarefa árdua, pois não significa somente pensar em coisas boas ou positivas. É necessário bloquear o início de um possível pensamento inadequado ou distorcido e substituí-lo por outro modo de ver a situação. Não devemos nos demorar naquilo que nos fará mal; isso quer dizer que não temos como controlar se algo vai ou não passar pela nossa mente, o que podemos fazer é evitar que aquilo crie raízes. 

Acredito que todos os que buscam essas mudanças necessitam de grande porção de humildade para reconhecer suas limitações. Essa postura humilde terá papel fundamental no processo, pois favorecerá a flexibilidade no momento da mudança. Se não tivermos a capacidade de identificar quando estamos sendo preconceituosos, tendenciosos e juízes acima de tudo, não conseguiremos atingir sucesso nesse processo.

Para Ellen White, importante pensadora do início do movimento adventista, “há fervoroso trabalho diante de cada um de nós. Pensamentos corretos, puros e santos propósitos, não nos vêm naturalmente. Temos de lutar por eles” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 656). Essa advertência é feita a todos, sem exceção, pois a partir dos nossos pensamentos é que são desencadeadas nossas emoções e ações, e é justamente lá que os desejos pecaminosos plantam suas raízes e nos seduzem ao pecado.


Os portões dos nossos pensamentos são com certeza nossos olhos e ouvidos. O que vemos, lemos ou ouvimos normalmente determina o que pensamos, por isso temos total responsabilidade sobre a maneira como alimentamos a mente. Cada um tem sua fraqueza nesse sentido, e é necessário saber como vencê-la. 

A primeira e mais importante necessidade é conhecer e obedecer a Deus por meio de Sua Palavra. Ore e tenha sempre em mente versos da Bíblia com promessas de esperança para superação dos maus momentos. Não é apenas uma maneira de dizer não ao pecado, é também a quebra de velhos hábitos prejudiciais à saúde mental, que a comunhão ajudará a construir como barreira que lhe proporcionará o domínio próprio. O verdadeiro domínio próprio mantém a pessoa nos limites, mas nunca presa. Seu efeito é expandir e dar segurança. Quem é dominado por Deus experimenta a liberdade verdadeira. 

Deus utiliza várias “ferramentas” para alcançar Seus filhos. Uma delas consiste na orientação e intervenção de profissionais especializados para nos ajudar a enfrentar as lutas diárias. Para alguns é mais difícil alcançar bons resultados sozinhos, e são esses que mais precisam de ajuda, não só espiritual e social, mas principalmente profissional. A quebra do ciclo vicioso para essas pessoas é algo mais complexo e doloroso, pois atinge o nível da doença mental. É nosso papel também colaborar para a salvação dos que estão entre nós; para isso incentive essas pessoas próximas a você para que busquem ajuda psicológica.

Vem aí: A História da Vida (revisto e atualizado)

Hoje tive o prazer de ver a nova edição do meu livro A História da Vida sair do acabamento, na Casa Publicadora Brasileira (CPB). Quando fui convidado para fazer a atualização do texto segundo a nova ortografia, pedi para atualizar todo o conteúdo, já que a primeira edição foi publicada há dez anos. Pedido atendido, dediquei alguns meses de pesquisa e posso dizer que esta edição reúne o que há de mais atual com respeito à controvérsia entre o criacionismo e o evolucionismo – sem perder a característica que identifica a obra desde sua primeira edição: a linguagem é simples e o conteúdo, acessível. Os leitores que quiserem se aprofundar no assunto vão contar com inúmeras referências com dicas sobre os melhores livros e sites/blogs para leitura adicional. Fiquei muito satisfeito com o resultado e posso dizer que este é o melhor livro que já escrevi. O conteúdo ganhou forma graças à habilidade e criatividade do amigo designer gráfico Eduardo Olszewski. Ele formatou o livro e criou a capa que, em minha opinião, ficou linda. Na foto abaixo, meus amigos do acabamento exibem o primeiro livro a sair da máquina (que já é meu, claro).[MB]

Aguarde. Em breve essa novíssima edição estará à venda nas lojas da CPB, pelo 0800 e no site da editora.

A Engenharia Social de Obama

Deu na Veja desta semana (2/2/2011): “Como [o presidente norte-americano] Obama pode desempatar o jogo [com a China]? Do jeito de sempre: desfraldando a bandeira do medo, um negócio que tem cartaz junto ao eleitorado americano. Em escala tremendamente mais reduzida, Obama tenta fazer do perigo chinês o mesmo que Bush filho fez do terrorismo islâmico: unir o país em torno de suas propostas, ao martelar nos ouvidos dos americanos que os bárbaros estão forçando o portão. Para isso, talvez nada seja mais eficaz do que embaralhar a concorrência externa que vem da Ásia com a velha ameaça espacial soviética [Obama disse que a ascensão da China é ameaça comparável à corrida espacial com os soviéticos].”

Essa mesma estratégia foi utilizada por Hitler ao eleger um inimigo comum e insuflar medo na população alemã. E a mesma engenharia social tem sido responsável por preparar o mundo para a aceitação de leis dominicais que visem à “salvação do planeta”, afinal (este é o argumento), se não nos unirmos para reverter um problema que supostamente foi causado por nós mesmos (o aquecimento global), estaremos fadados à extinção. E que medo é maior do que o da morte, da aniquilação? Quem viver verá ainda mais manipulação das massas e limitação das liberdades individuais em nome de um coletivismo perigoso para as minorias que não quiserem seguir o “rebanho”.

Nada melhor que o medo para unir o mundo em torno de uma causa comum. Só que Deus não trabalha assim. Ele nos dá liberdade de escolha e afirma que “o perfeito amor lança fora o medo” (1 João 4:18).[MB]

Cristãos e Muçulmanos Unidos no Egito

Na virada do ano, ocorreu o atentado de um homem-bomba na cidade de Alexandria, no Egito, que matou 23 cristãos. Nestes últimos dias, dezenas de cristãos foram mortos por extremistas muçulmanos, que se aproveitaram do caos que o país vive. Mesmo assim, a foto acima, registrada por Nevine Zaki, revela uma imagem de paz e tolerância em meio à situação calamitosa que o Egito vive. Um grupo de cristãos coptas, que são cerca de 10% da população egípcia, decidiu dar as mãos e criar uma espécie de corrente humana para proteger uma centena de muçulmanos que interromperam os protestos para as orações mandatórias do islamismo. Mesmo em minoria, os cristãos atuaram como uma espécie de equipe de segurança, protegendo seus compatriotas de religião diferente de qualquer ataque inesperado da polícia ou de outros manifestantes. Paz em meio à guerra. Tolerância em meio a repressão. Exemplo de fraternidade resumida em uma imagem.

Casamento é Bom Para Saúde Física e Mental

Antes de dizer não ao casamento e viver como um solteiro convicto, saiba que casamentos podem ser bons para a saúde. Uma pesquisa recente mostrou que relacionamentos seguros e duradouros são bons para a saúde mental e física. E mais, os benefícios aumentam com o passar do tempo. O estudo da Universidade Cardiff (Reino Unido) sugere que os casados vivem mais do que os solteiros em média. Os pesquisadores descobriram que as mulheres, quando casadas, têm melhor saúde mental. Já os homens de aliança têm vantagem física. O estado físico dos homens melhora provavelmente pela influência positiva da parceira no estilo de vida. No campo mental, as mulheres ficam melhores possivelmente pela grande importância dada ao relacionamento, de acordo com os pesquisadores. Mas nem tudo são flores no mundo dos relacionamentos, o estudo menciona evidências de que relacionamentos na adolescência estão associados com sintomas depressivos. E não ache que todos os relacionamentos sejam bons para a saúde, os pesquisadores também dizem que os solteiros têm melhor saúde mental do que pessoas em relacionamentos tensos.


Nota: Deus sempre sabe o que faz! Gênesis 2:24.[MB]

Cientistas Descobrem Novo Nível de Informação no DNA

Em algumas raras ocasiões - cerca de 1% do tempo - o famoso formato helicoidal do DNA contorce-se até assumir um desenho diferente, sem perder a função. “Descobrimos que a dupla hélice do DNA existe em uma forma alternativa durante um por cento do tempo e que essa forma alternativa é funcional”, afirma Hashim Al-Hashemi, professor de química e biofísica da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. E isso pode ser mais importante do que parece à primeira vista: “Juntos, esses dados sugerem que há várias camadas de informação armazenadas no código genético”, propõe o cientista. As descobertas foram publicadas na revista Nature.

Já se sabe há algum tempo que a molécula de DNA pode dobrar e flexionar, de forma parecida com uma escada de corda, mantendo seus blocos fundamentais, chamados pares de base, perfeitamente emparelhados, como no modelo originalmente descrito por James Watson e Francis Crick, em 1953. Agora, adaptando a tecnologia de ressonância magnética nuclear (RMN), o grupo de Al-Hashimi conseguiu observar formas alternativas transitórias.

Nessas metamorfoses, alguns degraus da escada se separam e remontam em estruturas estáveis diferentes da estrutura de pares de base proposta pelo modelo de Watson-Crick. “Usando a RMN, fomos capazes de acessar os deslocamentos químicos dessa forma alternativa”, diz Evgenia Nikolova, que fez os experimentos. “Essas mudanças químicas são como impressões digitais que nos dizem algo sobre a estrutura.”

Por meio de uma análise cuidadosa, Nikolova percebeu que as “impressões digitais” eram típicas de uma orientação na qual certas bases são giradas em 180 graus. “É como pegar metade do degrau e virá-lo de cabeça para baixo, de forma que a outra face agora aponta para cima”, complementa Al-Hashimi. “Se você fizer isso, você ainda pode recolocar as duas metades do degrau juntas novamente, mas agora o que você tem não é mais um par de bases de Watson-Crick, é algo chamado um par de base Hoogsteen.”

Pares de bases Hoogsteen já foram observados em DNA de fita dupla, mas somente quando a molécula se liga a proteínas ou drogas, ou quando o DNA está danificado.

O novo estudo mostra que, mesmo em circunstâncias normais, sem nenhuma influência externa, determinadas seções do DNA tendem a se transformar brevemente na estrutura alternativa, chamada de “estado excitado”.

Estudos anteriores da estrutura do DNA usavam essencialmente técnicas como raios X e ressonância convencional, que não conseguem detectar essas mudanças estruturais raras e fugazes.

Segundo Al-Hashimi, como se acredita que as interações críticas entre o DNA e as proteínas são dirigidas tanto pela sequência de bases, como pela flexão da molécula, esses estados excitados representam um novo nível de informações contidas no código genético.


Nota: A pergunta que nunca cala e deixa os ultradarwinistas crentes do mito da macroevolução de cabelo em pé: Qual a origem da informação complexa e específica contida no DNA? Informação surge do nada? Qual a fonte da informação, então? Se Darwin vivesse hoje e soubesse o que soubemos sobre a vida, acho que ele não seria darwinista...[MB]

Suposto Fóssil de Coração de Dinossauro Era Só Areia

Uma década atrás, paleontólogos anunciaram a descoberta de um coração fossilizado dentro do peito de um dinossauro herbívoro, o Thescelosaurus, apelidado de “Willo”. Agora, novas pesquisas com tecnologias mais avançadas apontam que fóssil era apenas areia acumulada. Na época, a descoberta do suposto coração foi divulgada amplamente pela comunidade científica. Com base em uma análise de tomografia, o paleontólogo Dale Russell publicou na revista Science (volume 288) que o fóssil tinha a estrutura de um coração parecido com o dos humanos e que, por isso, o animal tinha um metabolismo ativo, ao contrário de outros répteis da época. Agora Russel já está aposentado, mas o paleontólogo Tim Cleland, da Universidade da Carolina do Norte, reexaminou o fóssil. Cleland, que é especialista em preservação de tecidos animais, usou um exame de tomografia de alta definição e outros instrumentos que não estavam disponíveis antigamente. O cientista descobriu que o suposto coração era na verdade areia acumulada no corpo do dinossauro após sua morte. O pesquisador afirma que a areia parece ter preservado uma pequena quantidade de células, mas é impossível constatar se há traços de um suposto coração no fóssil. 


Nota: No tempo de Darwin (século 19), os microscópios eram tão rudimentares que os pesquisadores consideravam a célula um "simples pedaço de gelatina". Com o aperfeiçoamento dos instrumentos de microscopia, uma verdadeira caixa-preta foi aberta e um mundo de complexidade irredutível e de informação complexa específica foi descortinado. Quando vão admitir que a filosofia macroevolucionista também é apenas areia - um imenso castelo de areia conceitual?[MB]

Governantes Árabes Prometem Reformas

As revoltas populares na Tunísia e no Egito estão tirando o sono de governantes dos países árabes, que começam a adotar medidas de abertura e prometer reformas políticas para evitar que o efeito dominó chegue a seus territórios, embora os analistas acreditem que, se a rebelião egípcia for derrotada, o impulso reformista deverá ser freado. 

“Em um mês, o mundo árabe mudou mais do que em anos”, estimou Ziad Majed, especialista em Oriente Médio Contemporâneo, da Universidade Americana de Paris. “O temor mudou de campo: durante décadas, os regimes autoritários se mantinham graças à repressão [...]. Hoje, os regimes têm medo e querem evitar a qualquer preço o que aconteceu no Egito e na Tunísia”, acrescentou.

O presidente iemenita Ali Abdalah Saleh, no poder há 32 anos, anunciou que não disputaria um novo mandato, mas isso não foi suficiente para acalmar a oposição. Milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital Sanaa para exigir reformas democráticas.

Na Jordânia, o rei Abdallah destituiu o primeiro-ministro para amainar a pressão popular por sua saída, mas a poderosa oposição islamita criticou a opção do substituto e convocou novas manifestações na sexta-feira.

Na Síria, onde as rede sociais foram usadas para organizar protestos na última sexta-feira e sábado, o presidente Bashar al-Assad - que sucedeu o pai em 2000 - declarou querer “continuar a mudança em nível do Estado e das instituições”.

No Marrocos, o governo expressou sua determinação em manter os subsídios para os produtos básicos. “Os regimes querem mostrar sinais de abertura, e aceitam reivindicações que rejeitaram durante décadas por temer uma perda de controle da situação”, explicou Majed. Para o especialista, “a simples ameaça de manifestações de ira na Jordânia ou no Iêmen teve mais consequências políticas do que toda a militância clássica dos últimos anos”.

Majed destacou também o fato de que o mundo árabe “é a única região do mundo onde os governantes se mantêm no poder desde os anos 60, e onde há repúblicas que começam a ter o comportamento de dinastias”. [...]

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria “reformas democráticas” para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo. 

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que “a mudança chegará” para o Egito. Já os Irmãos Muçulmanos disseram que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milhares de pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak.

A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos na capital. Manifestantes pró e contra o governo Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. O número de mortos é incerto, entre seis e dez, e mais de 800 pessoas ficaram feridas. No dia seguinte, o governo disse ter iniciado um diálogo com os partidos. Mas a oposição nega. Na praça Tahrir e arredores, segue a tensão. 


Nota: Ainda é um pouco imprevisível a que desdobramentos esses protestos no mundo árabe podem levar. Por um lado, há o risco de assumirem o poder radicais islâmicos que podem levar a teocracia a extremos. Mas também há a possibilidade de abertura democrática nesses países, o que favoreceria a evangelização dos muçulmanos. Os islâmicos não devem ser forçados a deixar sua religião (aliás, ninguém deve), mas devem ter o direito de conhecer outras religiões e ter a liberdade de mudar, se desejarem.[MB]

Fóssil Revela “Estagnação Evolutiva”?

Pesquisadores descobriram um ancestral de 100 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista] de um grupo de insetos carnívoros, semelhantes a grilos, que vivem hoje no sul da Ásia, na região da Indochina e no Norte da África. A nova descoberta, feita em uma região com ocorrência de fósseis de calcário no Nordeste do Brasil, corrige a classificação errada de outro fóssil desse tipo e revela que o gênero sofreu pouca mudança evolucionária [sic] desde o Período Cretáceo, época dos dinossauros, pouco antes da dissolução do supercontinente Gondwana. Embora o fóssil seja diferente dos grilos de hoje em dia, a maior parte de suas características permanece igual, o que revela que o gênero pode ter passado por um período de estagnação evolutiva de cerca de 100 milhões de anos. O resultado completo da descoberta pode ser lido aqui, em inglês.


Nota: Isso é que é teoria “elástica” e conveniente. Note: quando encontram um fóssil vivo (isso também aconteceu com o peixe celacanto), os cientistas percebem que praticamente não houve “evolução”. No caso do celacanto, achava-se que ele havia sido extinto há pelo menos 60 milhões de anos. Até que vários espécimes foram encontrados vivos. E eram iguais a seus ancestrais. Qual a explicação? Bem, esse peixe não deve ter sofrido muita “pressão evolutiva” ao longo de dezenas de milhões de anos. Pior é que haviam sido elaboradas várias teorias em cima dos fósseis de celacanto, que era, até a descoberta dos espécimes vivos, tido como uma espécie de transição entre os ambientes aquático e terrestre. No entanto, estudando os celacantos vivos, descobriu-se que eles são peixes perfeitamente adaptados a águas profundas! Agora é a vez desse inseto que vive na Ásia e na África. Como seu fóssil de supostos cem milhões de anos é praticamente igual à criatura que vive hoje em dia, a “explicação” é que ele passou por uma “estagnação evolutiva”. Assim não tem como discutir a teoria. Se agrupam fósseis numa sequência do menor para o maior (supondo que um seja ancestral do outro), chamam a isso de “evolução”. Se encontram fósseis cujos correspondentes vivos são iguais, dizem que houve “estagnação”. Bem conveniente mesmo.[MB]