terça-feira, 10 de agosto de 2010

Mitos e Verdades: Veja a Validade de Expressões Utilizadas no Trabalho

No mundo corporativo, várias palavras surgem e acabam sendo repetidas inúmeras vezes. Conheça algumas dessas frases e veja sua real aplicabilidade nos negócios e nas vendas.

Quem nunca escutou alguma expressão ou frase feita dentro do seu ambiente de trabalho. "Em time que está ganhando não se mexe" e "casa de ferreiro, espeto de pau!" são dois exemplos de expressões que acabam sendo bastante utilizadas no trabalho, às vezes, até como conceitos estratégicos para empresas.

Mas o que será verdade ou mito na aplicação dessas expressões para o ambiente profissional? Será que seguir o conceito dessas frases ajuda no mundo dos negócios ou dentro do segmento de vendas?

Ivan Corrêa, sócio diretor da GS&MD e líder das práticas de gestão de mercadorias da Unidade de Consultoria de Operações, descreveu algumas dessas expressões bastante usadas no trabalho e revelou quais delas são verdades ou mitos dentro do trabalho. Confira:

1

Em time que está ganhando não se mexe!

Verdade se você deseja somente uma vitória temporária. O momento mais adequado para mexer em um time é exatamente quando ele está ganhando, quando é possível analisar a situação com mais tranquilidade e tomar decisões sem atropelos. Quando o time está perdendo, mexer não é mais uma opção: passa a ser necessidade. Com isso, a pressão por mudanças compromete a serenidade para os ajustes demandados.


2

Estoque é investimento!

Verdade, em ambientes altamente inflacionários. Para economias estáveis, o dito deveria ser outro: "estoque bom é aquele que deixa saudade!". Infelizmente parece perdurar a visão esperançosa de que altos níveis de estoques vão garantir sucessos de vendas. E os inventários vão descobrindo mercadorias fossilizadas, estocadas há dois, três, quatro anos.


3
  
Vendas é barriga no balcão!

Verdade desde que a rede seja composta por uma ou poucas lojas. Na medida em que a rede de lojas cresce, a barriga no balcão impede que se tenha a visão do todo, dificultando tremendamente os processos de gestão comercial. E se o crescimento da empresa alcança novas regiões, com distâncias geográficas crescentes, a complexidade das operações cresce junto, principalmente em relação às mercadorias.




4

O olho do dono é que engorda o gado!

Verdade, se você é dono de um único boi e assim desejar permanecer. Esse ditado é seguido à risca por diversas empresas de varejo, principalmente na área de compras. A justificativa se ampara em lendas urbanas como a de que só o dono é confiável (como se não houvesse problemas familiares); que somente o dono pode dar credibilidade às negociações (como se o conceito de delegação não existisse); ou ainda que ninguém tem o tino comercial do dono (também conhecida como Síndrome da Mão de Deus).

Basta olhar para as redes de varejo que cresceram e se tornaram empresas de verdade, e não apenas negócios tratados como meio de vida. Via de regra, essas empresas possuem executivos de mercado competentes e estruturas de governança para assegurar que o seu futuro não dependa somente de quem está ali para engordar o boi.

Casa de ferreiro, espeto de pau!

5

Verdade para as redes que são negócios e não empresas de verdade. Por vezes, abusa-se desse ditado. É frequente que o ambiente e os produtos oferecidos aos clientes não reflitam a estrutura interna da empresa aos seus funcionários. Alegações como controle de custos e cultura econômica, dentre outras, criam a base para que esse ditado seja tão amplamente praticado.

Mesmo redes que comercializam produtos e serviços de alta tecnologia, por vezes possuem sistemas de informação totalmente defasados, rodando em plataformas obsoletas. Isso gera uma economia somente na aparência, pois a perda de produtividade das equipes raramente é aferida. Nas empresas de verdade, a estrutura interna é tão valorizada quanto aquela oferecida aos clientes, principalmente os sistemas de informação, que são a base para a produtividade. E isso não é feito por mero status corporativo, ou para impressionar. É que as empresas de verdade sabem que seus funcionários também são seus clientes.

Farinha pouca, meu pirão primeiro!

6

Verdade, se você não pretende comer pirão com aquela pessoa novamente. Apliquemos esse ditado à área de compras das empresas, onde ocorrem diariamente vários processos de negociação. Em ambientes altamente competitivos, parece certo que para uma das partes se dar bem, a outra parte, necessariamente, tem que se dar mal. E entram-se em batalhas cansativas, onde ambos tentam garantir o seu "pirão", independente de quanto vai sobrar para o outro (se sobrar). Mas o que temos observado é que os processos de negociação nessa área têm sido mais cooperativos do que competitivos, buscando-se assim maior longevidade na relação comercial.

Tem-se reduzido o volume de fornecedores, justamente para fortalecer as relações com aqueles com os quais vale a pena trabalhar. Assim, pode-se obter maior equilíbrio de forças nas negociações, oportunidades de melhorias e ganhos bilaterais. Obviamente, sem perder de vista que o maior beneficiado deve ser o consumidor. Tudo isso parece fazer crer que, mesmo quando a "farinha" é pouca, vale à pena dividi-la.

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